CORPOS FEMININOS COMO FATOR DE RISCO SOCIAL: EDUCAÇÃO GEOGRÁFICA PARA A ANÁLISE ESPACIAL DA VULNERABILIDADE DE GÊNERO ENTRE JOVENS ALUNAS
Educação Geográfica, Risco Social, Vulnerabilidade de Gênero
Uma educação geográfica alinhada ao pensamento e ao raciocínio geográfico tem o potencial de contribuir para a construção de um olhar espacial sobre a vulnerabilidade dos corpos generificados femininos. Isso estimula o pensamento e a ação espacial, auxiliando na construção de uma percepção e consciência do corpo-espaço diante do risco social. Nessa perspectiva, esta pesquisa situa-se na interface entre risco social, educação geográfica e gênero, explorando as contribuições da educação geográfica para a análise espacial da vulnerabilidade de gênero. O estudo aborda as relações opressivas que ocorrem pelo espaço geográfico, utilizando epistemologias que consideram a espacialidade de corpos invisibilizados e marginalizados socialmente. O objetivo principal desta pesquisa é a construção de um olhar espacial acerca da vulnerabilidade do corpo generificado feminino, a partir do reconhecimento e da experiência de um grupo de jovens estudantes da Escola Doutor Garcia de Lima, localizada no bairro Fábricas, na cidade de São João del-Rei, no estado de Minas Gerais. Para isso, foi desenvolvido um percurso educativo geográfico intitulado 'Geoficinas: vulnerabilidade de gênero', que leva em consideração as geografias, espacialidades e cotidiano das alunas do 1º ano do Ensino Médio. Esse percurso educativo foi organizado em sete módulos e fundamentado nos princípios do raciocínio geográfico e nas contribuições das epistemologias das Geografias Feministas. Utilizando metodologias de pesquisa-ação e leitura dos espaços geossimbólicos, a pesquisa analisa as falas, percepções, vivências e narrativas das jovens estudantes em relação à espacialidade do risco social gerado pela desigualdade de gênero