ESTUDO ESTATÍSTICO DA INFLUÊNCIA E SIGNIFICÂNCIA DE PARÂMETROS OPERACIONAIS NA PERFORMANCE DE CÉLULAS DE ENERGIA MICROBIANA
bioeletroquímica; lógica fuzzy; planejamento experimental
Células de energia microbiana (CEM) são uma tecnologia de interesse no cenário atual, pois possibilitam, simultaneamente, o biotratamento de resíduos e a biogeração de energia elétrica. Com o objetivo de otimizar as aplicações das CEM, há o interesse em investigar as variáveis que interferem mais significativamente em seu desempenho, uma vez que esses dispositivos são sistemas complexos. No âmbito dessa discussão, este trabalho objetivou empregar a lógica fuzzy aliada à técnica de planejamento experimental para avaliar estatisticamente como os parâmetros de operação das células de energia microbiana influenciam sua performance. Por meio de um levantamento bibliográfico baseado nas publicações da área na plataforma Google Acadêmico durante os últimos 10 anos, percebeu-se que as variáveis área do anodo, resistência elétrica externa e volume do dispositivo são os parâmetros de entrada mais relatados em pesquisas com CEM e que densidade de corrente e densidade de potência geradas são os parâmetros de saída mais frequentemente retratadas nesses estudos, motivo pelo qual essas foram as variáveis selecionadas para a investigação estatística. Pela aplicação das simulações computacionais e subsequente planejamento experimental, notou-se que, para ambas as saídas estudadas, volume do dispositivo e área do anodo apresentaram efeito positivo, ao passo que a variável resistência elétrica externa exibiu efeito negativo. Foi possível, também, desenvolver modelos matemáticos que indicaram a relação entre cada uma das variáveis de entrada e as saídas estudadas, com significância estatística para o modelo referente à densidade de potência (R2 = 86%). Para a etapa laboratorial, conduziu-se um ensaio em duplicada por 30 dias com tomada diária da diferença de potencial gerada nas CEM, a partir da qual foram calculados dados reais de densidade de potência. A comparação de densidade de potência obtida nos experimentos laboratoriais (818,39 mV/m2 ) apresentou bom ajuste em relação à predição realizada por meio do modelo matemático desenvolvido para a densidade de potência (818,36 mV/m2 ).