A PERSISTÊNCIA DA MEMÓRIA: “ENTRARAM NA MINHA CASA SEM PEDIR LICENÇA”
mulheres, situação de rua, psicologia social, narrativas, subjetividade, decolonialidade
Esse trabalho se dá como renúncia, como grito que sai por entre os dedos que calam a boca,
como movimento de rebeldia mediante a produtividade estéril, impondo, diante dessas vozes
seculares acadêmicas, contra os fazeres coloniais da ciência, e clamando por um espaço
heterogêneo, onde a criação, a criatividade, as lógicas comunitárias e de uma saúde subjetiva
sobressaiam aos modelos mentais distanciados da realidade colonizada, periférica, racializada
e não-binária. Essa pesquisa é regida pela sede de mudança, por um olhar até esperançoso na
criação de novos mundos, os quais prezam pelo solo que se pisa, pela liberdade dos corpos,
pela arte como veículo potencializador da subjetividade e do fazer ciência. Dessa forma, a
dissertação propõe uma construção de narrativas, minha e das mulheres em situação de rua de
São João del Rei, buscando uma criação de mecanismos de luta política, seja pública ou
acadêmica, evidenciando as resistências e violências demarcadas nesses corpos, em meio a
uma construção decolonial do ser e saber, os quais alinham os saberes corpóreos e os saberes
acadêmicos.