Banca de QUALIFICAÇÃO: ELIZABETH FÁTIMA TEODORO

Uma banca de QUALIFICAÇÃO de DOUTORADO foi cadastrada pelo programa.
DISCENTE : ELIZABETH FÁTIMA TEODORO
DATA : 30/10/2023
HORA: 17:30
LOCAL: meio virtual
TÍTULO:

ESCREVER A DIFERENÇA: o feminino como letra do que não cessa de não se escrever


PALAVRAS-CHAVES:

escrita, histeria, feminino, Freud, teoria da representação


PÁGINAS: 141
RESUMO:

Partimos da percepção de que a psicanálise freudiana se estrutura por sobre um paradoxo no qual se verifica que o feminino ocupa tanto um lugar de exclusão quanto de centralidade seja na constituição do sujeito ou na própria teoria de Freud. Se esse paradoxo constitui a condição material de sua cena textual, e tendo em vista que algo do feminino se escreve no drama do tecido cultural, questionamos: o que o feminino escreve ao se escrever? Para responder a essa pergunta nossa tese objetiva analisar as condições materiais de possibilidade de uma escrita do feminino. Como hipótese, consideramos admitir o texto feminino como um palimpsesto, ou seja, trata-se de partir do pressuposto de que a escrita do feminino se estrutura de forma palimpsesta. De modo que sua inteligibilidade demanda que se considere outros textos que se materializariam por sobre sua escrita primeira. A materialidade de uma escrita primeira aceitaria ser pensada como uma anterioridade edípica em Freud, tanto quanto o paradoxo formal daquilo que não cessa de não se escrever em Lacan. A fim de colocar nossa hipótese à prova, utilizamos como metodologia uma investigação teórica de cunho bibliográfico cujo referencial é psicanalítico, fundamentandose nas obras de Sigmund Freud, Jacques Lacan e seus comentadores. Para o exame de qualificação, trabalhamos com a teoria da representação freudiana, dialetizando o representável e o irrepresentável, para pensar o feminino. Buscamos os fundamentos da noção de representação em Freud, revisitando os textos considerados pré-psicanalíticos no intuito de evidenciar que já nesse primeiro momento é possível pensar uma noção de escritura, visto que os modelos de aparelho que propõe apontam para um psíquico que se dá a ler por seus efeitos como os sintomas e os sonhos. Seguir pelos textos metapsicológicos nos permitiu evidenciar como a teoria da representação se complexifica, ao se tornar um operador metapsicológico junto à teoria pulsional, e como os desdobramentos clínicos e teóricos levam Freud ao limite da representação. Esse limite nos possibilitou retomar a noção de Coisa mencionado no Projeto de 1895 a fim de articulá-lo teoricamente a partir do que chamamos de questão de letra. Assim, foi possível realizar uma leitura do feminino que nos permitiu conjecturar a Coisa feminina, além de extrairmos uma dificuldade na consecução de insígnias do feminino que tornam seu texto enigmático, como expressava Freud. O que nos levou a vislumbrar que o feminino pensado enquanto um texto se apresenta aos moldes de um palimpsesto cuja escrita ao ser raspada por Freud revela uma escrita anterior que parece apontar para algo pré-edípico. Os próximos passos de nossa investigação pretendem resgatar aspectos da teoria lacaniana do significante e do recurso teórico da letra para analisar o que é possível conjecturar sobre o que o feminino escreve ao se escrever


MEMBROS DA BANCA:
Interno - 1352910 - WILSON CAMILO CHAVES
Externa ao Programa - 1424013 - MAGALI MILENE SILVA
Externo à Instituição - RICHARD THEISEN SIMANKE - UFJF
Externo à Instituição - MARDEM LEANDRO SILVA - UEMG
Notícia cadastrada em: 20/09/2023 15:24
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