SABER, VERDADE E REAL: A ESCRITA DO NÃO-TODO NO DISCURSO ANALÍTICO
discurso do analista, objeto a, Real, saber, verdade
Esta pesquisa busca investigar uma possível relação entre verdade-saber-Real – tomados como um tripleto conceitual, tal como propõe Alain Badiou – e o discurso do analista, tendo como pano de fundo o pressuposto psicanalítico de um fundamento não-todo. Desse modo, partimos das seguintes questões: o estatuto do Real, ao ser organizado a nível de três com o saber e a verdade, é potencializado no discurso analítico? Considerando a disposição das letras nos lugares determinados pela teoria dos discursos, o que contribuiria para essa potencialização, marcando o Real no discurso analítico? Objetiva-se, assim, analisar de que forma o Real circula no discurso analítico em sua indissociabilidade com o saber e a verdade, enfatizando que tal discurso, como profere Lacan, faz o Real tocar no Real. A proposta da pesquisa, portanto, tangencia a teoria dos discursos em sua interface com o pensamento de Alain Badiou, na medida em que se propõe analisar o tripleto conceitual verdade-saber-Real na dinâmica do discurso do analista. Diante dessa proposta, caminhamos pelo terreno da escrita lógico-matemática, entendendo que nossa abordagem metodológica passa por aquilo que se escreve no matema do discurso analítico. E é frente à essa propriedade de escrita que organizamos a nossa hipótese, compreendendo que o objeto a, situado na posição de agente do discurso analítico, poderia ser o termo capaz de escrever a guinada do Real que faz esse discurso diferenciar-se dos demais e, ainda, ser o termo equivalente ao Real no tripleto de Badiou, somando-se ao saber e à verdade.
[HC1]Camilo, mudei aqui, conforme o apontamento que o Mardem fez na qualificação