Banca de DEFESA: NOELLE LOPES AMORIM

Uma banca de DEFESA de MESTRADO foi cadastrada pelo programa.
DISCENTE : NOELLE LOPES AMORIM
DATA : 02/06/2023
HORA: 08:30
LOCAL: Salão de Peteca (Campus Dom Bosco)
TÍTULO:

Mulheres que atuam no Sistema Único de Assistência Social: saúde mental e trabalho

PALAVRAS-CHAVES:

Sistema Único de Assistência Social; Mulher; Saúde mental do trabalhador; Revisão crítica da literatura; Núcleos de significação.

PÁGINAS: 72
RESUMO:

A assistência social é uma política de direito ainda pouco conhecida e reconhecida. Os interesses particularistas são um obstáculo para sua consolidação e execução. As condições e a organização do trabalho no setor são desafios para seus/suas trabalhadores/as, que precisam lidar, também, com demandas cotidianas envolvendo traumas, violações, injustiças e barbárie. No entanto, quem tem escutado o/a trabalhador/a do Sistema Único de Assistência Social [SUAS]?Na presente pesquisa, foram desenvolvidos dois estudos a respeito da saúde mental e do trabalho de mulheres, que atuam em equipes do SUAS. O primeiro estudo objetivou explorar a produção científica sobre a saúde mental do/a trabalhador/a do SUAS por meio de uma revisão crítica da literatura.Foi constatado que as especificidades, o conteúdo e as exigências do trabalho afetam a saúde do/a trabalhador/a assim como as condições precárias de trabalho e de vínculo empregatício. O adoecimento é percebido em alterações no corpo, desde dores físicas até alterações de humor, e diagnósticos, como da síndrome de burnout. As estratégias de proteção e enfrentamento, geralmente, são individuais, como conformismo, busca por lazer e medicalização. Foi constatada uma escassez de estudos sobre a temática da saúde do/a trabalhador/a do SUAS. Dada essa escassez, foi desenvolvido um segundo estudo, empírico, cujo objetivo foi ouvir as trabalhadoras sobre suas experiências no SUAS, em municípios do interior de Minas Gerais. Participaram três assistentes sociais e três psicólogas, selecionadas por meio de uma parceria com o Programa de Extensão ABRASUS/ABRASUAS, da Universidade Federal de São João del-Rei [UFSJ], com o recrutamento das participantes complementado pelo método bola de nevee pela rede de contatos da pesquisadora, que foi trabalhadora do setor. Foram realizadas entrevistas narrativas individuais, analisadas por meio da elaboração de núcleos de significação.Os resultados revelam que as mulheres são protagonistas na assistência social, sendo a maioria das profissionais e das usuárias, estas majoritariamente mulheres negras. Assim, quando se abordam a saúde mental e o trabalho no SUAS, torna-se imprescindível considerar questões de raça e gênero na sociedade machista e patriarcal bem como capitalista e neoliberal, que, com seus ideais de individualização e culpabilização do/a trabalhador/a, juntamente com a sobrecarga, conduzem a um enfraquecimento do coletivo e, consequentemente, à desmobilização da luta trabalhista. As narrativas apontam, ainda, para a precarização do trabalho na assistência social, a negligência do poder público da gestão e a luta pela criação de condições para o desenvolvimento da cidadania contra o clientelismo da dependência assistencial. Os estudos realizados oportunizaram constatar um tipo de sofrimento, que denuncia a urgência de formulação e consolidação de política pública de saúde do/a trabalhador/a da assistência social.

MEMBROS DA BANCA:
Presidente - 1542751 - MARCELO DALLA VECCHIA
Interna - 2117285 - CASSIA BEATRIZ BATISTA E SILVA
Externo à Instituição - FERNANDO SANTANA DE PAIVA - UFJF