UMA ÉPOCA DE EXCESSOS? REFLEXÕES SOBRE AS POSSÍVEIS RESPOSTAS DA CRIANÇA FRENTE AO OUTRO NA CONTEMPORANEIDADE
PSICANÁLISE; CLINICA; CONTEMPORANEIDADE; SUJEITO
Esta pesquisa, traz à tona um cenário contemporâneo e os impasses da época através da leitura psicanalítica, que nos convoca à construção de possibilidades de trabalho clínico e teórico em consonância com o sujeito em cada tempo. Ao contrário de reduzir a criança à nosologia eliminando qualquer possibilidade de escuta de sua própria história, a pesquisa psicanalítica nos oferece uma perspectiva teórica, a qual possibilita o estudo e a intervenção de uma história, que será traçada ou de traços e tramas já costurados. A partir disso, uma questão ressoa em meus estudos e se apresenta como um problema de pesquisa: como podemos pensar a constituição psíquica do sujeito a partir do entendimento do estatuto do Outro para a Psicanálise?
Convém, portanto, desdobrarmos a pergunta inicial em duas partes: como se mantém, mas também como se transformam as teses apresentadas por Freud e Lacan acerca do funcionamento psíquico do sujeito confrontadas com o Outro na contemporaneidade? O que a criança interpela deste encontro com o Outro atravessado por questões contemporâneas?
Como método, valemo-nos da pesquisa teórica em Psicanálise, que não objetiva uma mera reprodução das teorias, mas a possibilidade de uma retomada conceitual construída de um novo olhar sobre algo.
Faremos um percurso a partir de Freud e Lacan no que concerne ao estatuto do Outro na Psicanálise e como esse conceito, na contemporaneidade, poderá trazer novas questões, implicações e arranjos no modo de pensar a constituição psíquica do sujeito. As ideias recolhidas serão remontadas a partir das construções dos conceitos e articuladas, visando a reflexões sobre o que será exposto.
Esse percurso nos possibilitará um entendimento das possíveis questões
contemporâneas que atravessam o Outro e nos aponta o quanto o excesso está presente na época atual.