Avaliação do potencial risco ambiental do difosfato de cloroquina e do sulfato de hidroxicloroquina utilizando o desenvolvimento embrionário inicial de Danio rerio como modelo experimental.
Teratogênese, Impacto ambiental, Peixes, Embriotoxicidade, 4-Aminoquinolina.
O sulfato de hidroxicloroquina (HCQ) e o difosfato de cloroquina (CQ), apesar da sua ineficácia, têm sido sugeridos como medicamentos antivirais na luta contra a SARS-CoV2 em vários países, principalmente no Brasil. Neste sentido, o aumento do consumo destes medicamentos para o tratamento da COVID-19 pode promover um potencial risco ambiental e de saúde pública. Neste cenário, o objetivo foi avaliar a toxicidade das concentrações subletais de HCQ e de CQ em embriões/larvas de zebrafish Danio rerio. A concentração letal (CL50) de HCQ e de CQ foi calculada às 96 h. Após a obtenção do valor LC50, foi realizado o ensaio toxicológico, onde embriões/larvas foram submetidos a concentrações subletais de HCQ e de CQ. Foram avaliadas as taxas de eclosão, frequência de batimentos cardíacos e efeitos teratogênicos nos embriões/larvas expostos aos medicamentos. A CL50 para HCQ foi de 560 µM e para CQ foi de 800 µM. Os ensaios de toxicidade aguda de embriões de peixe (FET) foram realizados até 96 h, no sistema semi-estático para HCQ e CQ. Assim, embriões/larvas expostos a concentrações subletais de HCQ e de CQ mostraram um atraso na eclosão a 72 h e um aumento do ritmo cardíaco, edema na área de pericárdio e saco vitelino e efeitos teratogénicos tais como coluna torta e cauda mais curta do que o normal a 96 h. Os resultados mostram que HCQ e CQ são tóxicos para os peixes, principalmente no desenvolvimento precoce, permitindo extrapolar os efeitos adversos destes medicamentos quando chegarem ao ambiente aquático no cenário pandêmico da COVID-19.