FREQUÊNCIA DE INFECÇÕES CAUSADAS POR BACTÉRIAS GRAM-NEGATIVAS RESISTENTES AOS CARBAPENÊMICOS EM PACIENTES COM DOENÇA RENAL CRÔNICA DIALÍTICOS E TRANSPLANTADOS RENAIS: UMA REVISÃO SISTEMÁTICA
Infecções por Bactérias Gram-Negativas; Enterobacteriáceas Resistentes a Carbapenêmicos; Insuficiência Renal Crônica; Transplante de Rim; Diálise Renal.
Introdução: O crescente aumento da resistência das bactérias Gram-negativas aos carbapenêmicos é particularmente preocupante para pacientes com doença renal crônica dialítica e transplantados renais, já que estes são mais vulneráveis a estas infecções, as quais estão associadas a maior mortalidade, maior tempo de internação e maior ônus econômico. Objetivo: Revisão sistemática com o objetivo de avaliar a frequência das infecções causadas por bactérias Gram-negativas resistentes aos carbapenêmicos em pacientes com doença renal crônica dialítica ou transplantados renais. Método: A busca dos artigos foi realizada nas bases de dados Pubmed, Web of Science, Scopus e Embase. Os critérios de elegibilidade foram estudos observacionais transversais e de coorte prospectivos e retrospectivos que avaliaram a frequência de infecção causada por bactérias Gram-negativas resistentes aos carbapenêmicos em pacientes com doença renal crônica dialítica ou transplantados renais. Resultados: Foram encontrados 6356 artigos, destes 200 foram repetidos, incluindo-se, portanto, 6156 artigos, destes, sete foram incluídos para confecção do artigo. Seis artigos avaliaram pacientes transplantados renais e um avaliou pacientes dialíticos. Os artigos foram publicados entre 2011 e 2021, a duração dos estudos variou de 7 meses a 10 anos. A frequência de resistência aos carbapenêmicos por bactérias Gram-negativas em pacientes transplantados renais variou de 0,5% a 26,3% e a taxa de mortalidade variou entre 7,7% e 50,0%. Já nos pacientes dialíticos a frequência foi de 8,0% e a mortalidade foi de 82,0%. A bactéria mais prevalente foi a Klebsiella pneumoniae, detectada em todos os estudos, seguida de Escherichia coli. O sítio de infecção mais observado foi o trato urinário, seguido da corrente sanguínea e da ferida cirúrgica. O gene de resistência mais detectado foi o blaKPC. Um estudo, além de detectar a produção de KPC, também descreveu a presença dos genes blaVIM e blaNDM. O carbapenêmico mais utilizado foi o Meropenem. Conclusão: A frequência de infecções causadas por bactérias gram-negativas resistentes aos carbapenêmicos em pacientes dialíticos e transplantados renais é bastante relevante, podendo atingir 26%. A taxa de mortalidade destes pacientes após a aquisição da infecção é elevada, podendo chegar a 80%.