O impacto da ansiedade na afinação vocal de musicistas
Ansiedade de desempenho; reconhecimento da voz; percepção auditiva; função executiva; saúde ocupacional
Em se tratando de acurácia de afinação vocal durante a performance musical, o inatismo reacional orgânico descrito como “ansiedade” opera em ambivalência para o musicista: oferece potenciais benefícios quando tal estado de prontidão reverte-se em esmero e consequente otimização na execução da emissão das notas musicais; mas que, em excesso, configura-se como fator de prejuízo na almejada afinação. Nesse contexto, a presente dissertação discute os diferentes mecanismos de agravos físicos e psíquicos aos quais os musicistas estão submetidos durante e/ou decorrente do exercício de sua profissão, sobretudo no que diz respeito à complexa integração neuromotora requerida em virtude da execução do canto e possíveis interferências negativas da exacerbação ansiosa no resultado desse ato performático. Assim, está em andamento um estudo quantitativo, primário, observacional, transversal, analítico e comparativo a partir do rastreio do traço ansioso de musicistas adultos do Conservatório Estadual de Música Padre José Maria Xavier (CEM-PJMX) e do Departamento de Música da Universidade Federal de São João del-Rei (DMUSI/UFSJ), a partir da aplicação da escala IDATE-traço, e posterior análise de possível correlação entre os sujeitos com os mais altos e os mais baixos níveis constatados e sua desenvoltura frente à execução vocal de uma linha melódica. Assim, nessa integração de aspectos neuropsicológicos, fisiológicos e artísticos, o estudo promove uma investigação multidimensional do impacto do nível de traço ansioso sobre o desempenho vocal, de forma a contribuir para reflexões psicossociais no campo da música e da saúde.