MÚSICA E SAÚDE MENTAL: UM ESTUDO COMPARATIVO NO CAMPO DA EXPERIÊNCIA MUSICAL ENTRE ESTUDANTES DO CONSERVATÓRIO ESTADUAL DE MÚSICA LOBO DE MESQUITA (DIAMANTINA/MG)
Saúde Mental. Estudantes de Música. Ansiedade, depressão e estresse. Experiência musical.
Por anos convivemos com o adoecimento mental e ao mesmo tempo também vamos buscando a sanidade mental, sendo mentalmente saudável aquele que consegue reagir positivamente ao que a vida exige, de forma a harmonizar aspirações, aptidões, anseios, conceitos e emoções. Nesse sentido a relação entre a saúde mental e as diversas experiências com a música precisam ser estudadas, pois ainda há temas importantes pouco ou não explorados, por isso essa pesquisa teve intenção de verificar como o nível de experiência musical se relaciona com os níveis de depressão, estresse e ansiedade. Foi realizado um estudo primário, observacional, transversal, retrospectivo, analítico e comparativo. Foram coletados 80 questionários como adultos (a partir de 18 anos) do Conservatório Estadual de Música Lobo de Mesquita em Diamantina-MG. Os dados coletados foram informações socioeconômicas e trajetória na música, aplicou-se também o MEQ, o Inventário de Ansiedade Traço e o Questionário de Depressão, Ansiedade e Estresse. Os resultados preliminares apresentaram uma amostra com homens (30,6%) e mulheres (69,4%) em maioria na faixa etária de 31 a 40 anos (37,5%), com ensino superior completo (26,3%), trabalhadores (as) e estudantes (35%), não declarados profissionais da música (90%), cursando violão (41,3%), sendo o tempo de estudo do instrumento entre seis meses a três anos (48,8%). Como motivação para estar no Lobo de Mesquita foram destacados em ordem: realização de sonho, aprender um novo instrumento, melhorar a mente, ocupar um tempo livre, melhorar a performance e por indicação de profissional de saúde. Sobre o MEQ constatamos que em se tratando de experiência com a música em geral não há diferenças significativas entre homens e mulheres, porém na análise das variáveis os homens tendem a perceber menos efeitos psicoativos e fatores emocionais, já as mulheres tem menos compromisso com a música e mais reações subjetivas e físicas. No grupo estudado a tendência para ansiedade, estresses e depressão encontram-se dentro dos limites esperados. A relação de homens e mulheres com maiores escores para experiência com a música também apresentam bons escores para não adoecimento mental (depressão, estresse ou ansiedade de algum tipo). Assim podemos inferir que a relação com música se dá de formas diferentes em homens e mulheres, mesmo que sejam ambos “protegidos” do adoecimento mental, as mulheres têm mais relações sentimentais e os homens menos, isso também se deve ao papel social, por exemplo: homens não choram. Portanto, a música é experimentada pelos estudantes do Lobo de Mesquita e sua relação com a saúde mental é diretamente proporcional, embora análises futuras possam nos mostrar aspectos mais intensos da experiência musical e como avalia-la.