SÍNTESE E CARACTERIZAÇÃO DE ESPUMAS DE POLIURETANO A PARTIR DA MISTURA DE POLIÓIS PROVENIENTES DOS ÓLEOS DE SOJA RESIDUAL E MORINGA
Palavras-chave: óleo de soja residual, moringa, óleos vegetais, poliol, hidroxilação, espumas de poliuretano.
Este trabalho se refere à síntese de polióis a partir do óleo vegetal extraido de sementes de moringa e do óleo de soja residual de 12 e 24 horas de fritura, os quais foram utilizados para a produção de espumas poliuretânicas a partir da sua mistura com proporções previamente determinadas. Os óleos foram funcionalizados através da metodologia hidroxilação perácido in situ. Os óleos precursores e seus polóis foram avaliados por análises físico-químicas, como índices de acidez e hidroxilas, e por técnicas de caracterização como a Espectroscopia no Infravermelho por Transformada de Fourier (FTIR), Ressonância Magnética Nuclear (RMN) e Espectrometria de Massas (EM). Estas análises permitiram confirmar a conversão dos óleos em polióis, qualificá-los e inferir propriedades, como rigidez/flexibilidade, das espumas a serem formuladas. Os resultados indicaram que que o tempo de fritura é inversamente proporcional ao teor de insaturação dos óleos precursores e diretamente proporcional ao seu índice de acidez. Os polióis hidroxilados, quando comparados aos seus óleos, apresentaram aumento do teor de ácidos graxos livres, do números de hidroxilas e dos pesos moleculares. Tais alterações refletiram a funcionalização dos óleos e a aplicabilidade dos polióis para a formação de grupos uretano. O poliol de moringa e os polióis de soja residual, de 12 e 24 horas de fritura, apresentaram índices de acidez inferiores a 5 mg KOH.g-1 e funcionalidade de 2,5 (12h) e 2,9 (24h) para a soja e 4,9 para a moringa. As micrografias e os valores de densidade confirmaram a flexibilidade/semi-flexibilidade aparente das espumas. Os termogramas mostraram que a perda mássica foi de aproximadamente 50% em temperaturas superiores a 400 °C para a maioria das amostras uretânicas. A maior faixa de degradação térmica ocorreu com decomposição completa a 927 °C. A utilização de 20% de poliol de moringa na mistura com poliol de origem residual, apresentou-se como o melhor resultado relacionado ao perfil térmico das espumas.