Banca de DEFESA: MARIANE ROCHA MENDONÇA
Uma banca de DEFESA de MESTRADO foi cadastrada pelo programa.
DISCENTE : MARIANE ROCHA MENDONÇA
DATA : 29/08/2025
HORA: 14:00
LOCAL: videoconferência
TÍTULO:
AVALIAÇÃO IN VITRO DO POTENCIAL CICATRIZANTE DE Caryocar coriaceum, ESPÉCIE DE PEQUI DO CERRADO BRASILEIRO
PALAVRAS-CHAVES:
Cicatrização; Angiogênese; Caryocar coriaceum.
PÁGINAS: 139
RESUMO:
Feridas constituem um grave problema de saúde pública em todo o mundo, com importantes
repercussões para a saúde e a economia. Estima-se que 1–2% da população apresentará
feridas crônicas em algum momento da vida. Os tratamentos atuais, como terapias tópicas,
câmara hiperbárica e desbridamento, são limitados pela resistência dos pacientes, falta de
recursos e dificuldade de acesso, não garantindo cura definitiva e apresentando alta taxa de
recidiva. O atraso na cicatrização eleva o risco de infecções e complicações, o que motiva a
busca por terapias capazes de acelerar esse processo. Estudos etnobotânicos indicam o pequi
(Caryocar coriaceum Wittm.) no tratamento de inflamações, dor, feridas e queimaduras.
Ensaios experimentais apontam ações anti-inflamatórias e antioxidantes, além da presença de
compostos fitoquímicos que sugerem potencial cicatrizante, embora ainda pouco investigado
experimentalmente. Diante desse contexto, são necessários estudos para aprofundar o
conhecimento sobre o mecanismo de ação e os constituintes ativos, visando compreender
melhor seu efeito na cicatrização. Primeiramente, avaliou-se a ação do extrato bruto da folha
de C. coriaceum sobre a viabilidade celular de queratinócitos humanos (HaCat) e fibroblastos
(WI-38). O extrato não apresentou citotoxicidade em queratinócitos, enquanto, em
fibroblastos, reduziu a viabilidade celular após 48 e 72 horas de exposição. Também não
comprometeu a capacidade de adesão celular dos queratinócitos e induziu a ativação da
metaloproteinase-9, processos cruciais para a reepitelização e a remodelação controlada do
tecido durante a cicatrização. Análises químicas qualitativas identificaram flavonoides,
saponinas e taninos no extrato, metabólitos secundários que contribuem com propriedades
relevantes para o reparo tecidual. Nos ensaios in vivo, sobre a membrana corioalantoide de
ovos de galinha (CAM), a concentração de 50 μg/mL estimulou a angiogênese, aumentando a
área, as ramificações e o comprimento dos vasos; já 100 μg/mL não aumentou esses
parâmetros, mas gerou vasos mais espessos, sugerindo efeito dose-dependente. No ensaio
modificado HET-CAM, o extrato não induziu irritação, hiperemia, hemorragia ou coagulação
sanguínea. Dessa forma, o extrato demonstrou ação relevante em processos relacionados à
cicatrização, indicando potencial como agente terapêutico para o tratamento de feridas,
embora mais estudos sejam necessários para confirmar sua aplicabilidade clínica.
MEMBROS DA BANCA:
Externa à Instituição - THAÍS MARIA DA MATA MARTINS
Externa ao Programa - 3401390 - ANA LUIZA PEREIRA MARTINS
Presidente - 1006938 - LUCIANA XAVIER PEREIRA