Banca de DEFESA: DANIELA APARECIDA DE FARIA

Uma banca de DEFESA de DOUTORADO foi cadastrada pelo programa.
DISCENTE : DANIELA APARECIDA DE FARIA
DATA : 29/08/2025
HORA: 14:00
LOCAL: videoconferência
TÍTULO:
DEPRESSÃO E ANSIEDADE NA GESTAÇÃO: ESTUDO SOBRE O IMPACTO DA ATIVIDADE FÍSICA E BIOMARCADORES
INFLAMATÓRIOS

PALAVRAS-CHAVES:
Gestação; Ansiedade; Depressão; Atividade física; Biomarcadores inflamatórios.

PÁGINAS: 162
RESUMO:
Introdução: O período perinatal (que vai da 22ª semana de gestação aos primeiros sete dias
pós-parto) é um período de profunda transformação fisiológica e emocional na vida da mulher.
Essa fase também representa uma janela de vulnerabilidade aumentada para o surgimento de
transtornos mentais, particularmente depressão e ansiedade. Sem diagnóstico e tratamento
oportunos, essas condições podem ter consequências adversas tanto para a mãe quanto para o
feto. Evidências emergentes sugerem que fatores inflamatórios e metabólicos desempenham
um papel na modulação da neurotransmissão cerebral e do humor, apontando para uma possível
ligação entre níveis alterados de citocinas inflamatórias e depressão gestacional. Ao mesmo
tempo, a atividade física regular é cada vez mais reconhecida como uma estratégia não
farmacológica eficaz para aliviar os sintomas de depressão e ansiedade. No entanto, lacunas
significativas permanecem na literatura quanto à frequência, intensidade, duração, modalidade
e nível de supervisão ideais de tais intervenções durante o período perinatal. Objetivo: Esta
tese teve como objetivo (1) revisar sistematicamente os efeitos da atividade física sobre
transtornos de depressão e ansiedade em mulheres durante o período perinatal e (2) investigar
os níveis plasmáticos de biomarcadores inflamatórios em gestantes com e sem depressão
atendidas em um município de Minas Gerais, Brasil. Métodos: Esta tese combinou uma revisão
sistemática e um estudo transversal para investigar a relação entre atividade física, depressão e
ansiedade durante o período perinatal e o perfil de biomarcadores inflamatórios em gestantes
com e sem depressão, respectivamente. A revisão sistemática seguiu as diretrizes PRISMA e o
Cochrane Handbook, com protocolo registrado no PROSPERO (CRD42022301284). Foram
incluídos ensaios clínicos randomizados que avaliaram a atividade física como intervenção
isolada para sintomas de depressão e/ou ansiedade em gestantes ou puérperas. As buscas foram
conduzidas nas bases de dados PEDro, EMBASE, PsycInfo, PubMed/OVID e SportDiscus de
janeiro de 2022 a fevereiro de 2024. O componente transversal do estudo envolveu 55 gestantes
em acompanhamento pré-natal pelo Sistema Único de Saúde (SUS) em Ouro Preto (MG). A
depressão foi avaliada pela Escala de Depressão Pós-natal de Edimburgo (EPDS) e pelo
Inventário de Depressão de Beck-II (BDI-II). Dados clínicos, socioeconômicos e obstétricos
foram coletados, e amostras de sangue foram analisadas para os níveis de CCL27, CXCL16,
IL-10 e TNF-α por ELISA. A análise estatística incluiu correlação de Pearson, regressão
logística e cálculo de odds ratio (OR) com intervalos de confiança (IC) de 95%. Resultados:
Dos 9.695 registros rastreados, apenas 15 estudos preencheram os critérios de inclusão para a
revisão sistemática. Atividade física estruturada - particularmente intervenções de intensidade
moderada, realizadas três vezes por semana durante 60 minutos - foi associada a reduções nos
sintomas depressivos durante a gravidez (SMD: -1,53; IC de 95%: -2,8 a -0,27; I² = 97%) e pós
parto (SMD: -0,36; IC de 95%: -0,60 a -0,13; I² = 84%). No entanto, a qualidade da evidência
foi classificada como baixa a muito baixa de acordo com o sistema GRADE. No estudo
transversal, a prevalência de depressão foi de 27,8%, com taxas mais altas observadas no
segundo trimestre. Mulheres primigestas e nulíparas mostraram um risco significativamente
aumentado de depressão (OR: 7,18 e 5,32, respectivamente). Nenhuma associação
estatisticamente significativa foi identificada entre os níveis de biomarcadores inflamatórios e
a presença de depressão, embora os níveis de TNF-α tenham mostrado uma tendência para elevação (p = 0,067). Uma correlação positiva fraca entre CCL27/CXCL16 e idade gestacional
foi observada apenas em mulheres sem sintomas depressivos. Conclusão: A atividade física
estruturada mostra benefícios potenciais na redução dos sintomas depressivos durante o período
perinatal, particularmente no pós-parto. No entanto, a força dessa evidência é limitada por
fragilidades metodológicas nos estudos incluídos. Embora nenhuma associação definitiva tenha
sido encontrada entre os biomarcadores inflamatórios avaliados neste estudo e depressão,
interações sutis com a idade gestacional foram observadas em gestações sem depressão. A
maior vulnerabilidade de mulheres primigestas e nulíparas ao desenvolvimento de sintomas
depressivos destaca a importância da triagem individualizada de saúde mental e de estratégias
preventivas durante a gravidez. Esta tese promove a ampliação da compreensão sobre os
determinantes clínicos e imunológicos da depressão perinatal e reforça a necessidade de
implementar intervenções de saúde mental fundamentadas em evidências nos cuidados pré-
natais e pós-parto.

MEMBROS DA BANCA:
Externa à Instituição - LUIZA OLIVEIRA PERUCCI
Externo à Instituição - KELERSON MAURO DE CASTRO PINTO - UFOP
Externa à Instituição - MARA SALGADO
Presidente - 1699263 - MELINA DE BARROS PINHEIRO INACIO
Interno - 1066935 - VINICIUS SILVA BELO
Externa à Instituição - VIRGÍNIA VITALINA DE ARAÚJO E FERNANDES LIMA PEREIRA
Notícia cadastrada em: 22/08/2025 11:05
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