INFODEMIA E PANDEMIA de covid 19: IMPACTOS NA SAÚDE MENTAL DE IDOSOS
COVID-19; 2. Pandemia de COVID-19; 3. Acesso à Informação; 4. Infodemia; 5. Idoso.
BARCELOS, T.S. Infodemia e Pandemia de COVID 19: impactos na saúde mental de idosos. [Dissertação]. Divinópolis: Programa de Pós-Graduação em Enfermagem - Mestrado Acadêmico da Universidade Federal de São João Del-Rei - 2022.
RESUMO
Introdução: Com a disseminação crescente do novo vírus COVID-19 e as estratégias para contê-lo, houve também uma disseminação exponencial de notícias, dificultando que as pessoas encontrem evidências críveis e informações confiáveis, bem como verifiquem a veracidade das informações divulgadas. O mundo, então, passava a enfrentar não apenas uma pandemia de COVID-19, mas também uma pandemia global de desinformação, denominada infodemia de COVID-19. A situação é preocupante, sobretudo com a população idosa, grupo que vem sendo considerado com maior vulnerabilidade física e emocional, associado à exposição excessiva de informações e desinformações, disseminadas por canais de comunicação. Em suma, faz-se necessário aprofundar o conhecimento sobre como essa população traduz as informações nas condições do processo de envelhecimento e da velhice.
Objetivo: Descrever o perfil sociodemográfico e as repercussões da infodemia de COVID-19 na saúde mental dos idosos de Divinópolis - MG.
Método: Estudo descritivo transversal pela técnica de entrevista da web-based-survey, com moradores de ≥60 anos de idade, residentes na cidade de Divinópolis, que tiveram acesso às informações sobre COVID-19, através das mídias digitais. O dados foram tratados com o Software JMP® PRO VERSÃO 13 e os recursos dos testes, Exato de Fisher, o teste não-paramétrico de Wilcoxon e o Índice de correlação linear de Pearson.
Resultados: Participaram do estudo 381 idosos, 7 (1,89%) pessoas preferiram não declarar, com faixa etária concentrada entre 60-69 (69,3%) anos, 99 (28,6%) com ensino superior e especialização, casados 201 (52,8%), com residência própria 292 (76,7%) aposentados 273 (71,7%) e destes 64 (54,9%) possuem outro tipo de renda além da aposentadoria, não sofreram alterações de renda 273 (71,7%), utilizam serviços de saúde privado 238 (62,5%.) Que afirmaram terem sido expostos a informações sobre COVID-19 na última semana através da televisão 332 (87,1%), mídias sociais 226 (59,3%) e rádio 185 (48,6%). Foi possível observar uma diferença significativa (p-value < 0,05), na prevalência de sintomas de estresse em grupos do sexo feminino (p-value = 0,0029), sem acesso a serviços de saúde (p-value = 0,0405). Quando avaliado a prevalência de sintomas depressivos, foi possível observar, uma diferença significativa em idosos do sexo feminino (p-value = 0,0072), com idades concentradas entre 60-69 anos (p-value = 0,002), com menor escolaridade (p-value = 0.0005), que não possuem renda (p-value = 0.0043) e com maior tempo de exposição a televisão (p-value = 0,0264). A prevalência de ansiedade foi observada em idosos do sexo feminino (p-value = 0,0011) que residem com mais de 3 moradores (p-value = (0,0079).
Conclusão: Achados neste estudo revelaram associações entre alterações psicopatológicas relativas a exposição à informações e notícias sobre o COVID-19 através da televisão e reforçam a necessidade de medidas e políticas públicas que evidenciem estratégias para impulsionar o acesso e a alfabetização digital da pessoa idosa.