“Avaliação da qualidade de vida dos pacientes portadores de Diabetes mellitus em acompanhamento farmacoterapêutico”
Palavras-chave: Diabetes Mellitus; Atenção Primária à Saúde; Cuidado Farmacêutico; Qualidade de Vida; Conhecimentos, Atitudes e Prática em Saúde
Introdução: O diabetes mellitus (DM) é uma doença crônica de alta prevalência e impacto na saúde pública, associada a complicações micro e macrovasculares que comprometem a qualidade de vida. O cuidado farmacêutico na atenção primária à saúde tem potencial para otimizar o uso racional de medicamentos, promover o autocuidado e melhorar resultados clínicos. Este estudo avaliou a qualidade de vida, o conhecimento e as atitudes de pacientes com DM durante o acompanhamento farmacoterapêutico conduzido por farmacêuticos, além de desenvolver um protocolo para a dispensação de sensor de monitorização contínua de glicose (CGM). Métodos: Estudo quase-experimental do tipo antes-e-depois, realizado em municípios de Minas Gerais no âmbito do Projeto ImplanFarSUS. Foram realizadas oito consultas farmacêuticas estruturadas pelo método Pharmacotherapy Workup, com coleta de dados entre setembro/2022 e agosto/2023. Aplicaram-se os instrumentos WHOQOL-bref (qualidade de vida), ATT-19 (atitudes) e DKN-a (conhecimento em DM). Em Carmésia/MG, além das consultas, foi desenvolvido e implantado protocolo municipal de CGM. Resultados: Na análise pareada da qualidade de vida (n≈81), não houve melhora significativa na maioria dos domínios, observando-se redução no domínio relações sociais (70,8→58,3; p<0,001). Na subamostra de Carmésia (n=7), houve aumento significativo no escore de conhecimento (DKN-a: 8,14→9,43; p=0,022) e melhora não significativa na atitude (ATT-19: 43,57→51,29; p=0,163). O protocolo de CGM foi elaborado, validado e disponibilizado publicamente. Conclusão: O acompanhamento farmacoterapêutico contribuiu para a ampliação do conhecimento dos pacientes sobre o DM e para a estruturação de serviços inovadores como o protocolo de CGM, reforçando o papel do farmacêutico na atenção primária. No entanto, os ganhos em qualidade de vida não foram significativos, sugerindo a necessidade de intervenções multiprofissionais e instrumentos de avaliação mais específicos para essa população.