Perfil de compostos voláteis do alecrim-do-campo usando SPME/CG-MS, na busca de potenciais marcadores para a própolis verde
Baccharis; compostos voláteis; Rastreabilidade botânica; GC-MS; SPME-HS
O alecrim-do-campo (Baccharis dracunculifolia) é a principal fonte botânica da própolis verde brasileira, um produto apícola complexo com propriedades terapêuticas, como ação antioxidante e antimicrobiana, derivadas de sua composição química. Devido à complexidade da própolis, são necessários métodos analíticos precisos para sua caracterização. O método HS-SPME tem se destacado na identificação de compostos voláteis, sendo fundamental para detectar biomarcadores que garantam a autenticidade, rastreabilidade e qualidade da própolis. Assim, este trabalho teve como objetivo propor biomarcadores que comprovem a presença do alecrim-do-campo na composição própolis verde brasileira.
O primeiro capítulo apresenta uma revisão narrativa que investigou os compostos voláteis do gênero Baccharis, utilizando descritores específicos nas bases de dados científicas. Foram analisadas 15 espécies, identificando 169 compostos voláteis, dos quais 11 estiveram presentes em pelo menos 75% das espécies, sugerindo seu uso como marcadores químicos para o gênero. A análise hierárquica revelou seis perfis químicos distintos, evidenciando relações químicas importantes entre as espécies.
No segundo capítulo, foi realizada a otimização dos parâmetros para extração dos compostos voláteis de Baccharis dracunculifolia por meio da técnica HS-SPME, testando três tipos de fibras semipolares. As amostras foram coletadas em Sete Lagoas (MG) e analisadas por cromatografia gasosa acoplada à espectrometria de massas (CG-MS). A fibra DVB/CAR/PDMS destacou-se pelo melhor desempenho, adsorvendo 74 compostos detectáveis, com predominância de terpenoides como α-pineno e terpinen-4-ol, confirmando sua importância no perfil químico da planta.
O terceiro capítulo focou na comparação do perfil químico de Baccharis dracunculifolia e da própolis verde provinda da região de Bambuí-MG, usando o método de micro extração em fase sólida (SPME). Essa metodologia permitiu uma caracterização rápida e eficiente dos compostos voláteis. O estudo identificou 27 compostos voláteis comuns entre Baccharis dracunculifolia e a própolis verde, correspondendo a cerca de 55% da área cromatográfica total, confirmando uma forte correlação química entre ambos. Sesquiterpenos como cariofileno, spatuleno e α-muuroleno se destacaram como potenciais biomarcadores da planta na própolis. A combinação desses compostos, em vez de sua análise isolada, reforça a rastreabilidade botânica e o controle de qualidade, oferecendo base científica para o uso de compostos voláteis como critérios complementares de autenticidade da própolis verde.