Estudo Toxicológico da Abamectina em Peixes e de Tratamento dos Resíduos Químicos.
praguicidas, histologia, fígado, biomarcadores
O crescimento do uso de agrotóxicos e afins vem acompanhando o grande aumento da população mundial. Porém, o uso indiscriminado dessas substâncias pode trazer grandes consequências ao meio ambiente e causar efeitos deletérios em organismos não-alvo. Os peixes, considerados ótimos bioindicadores de contaminação ambiental, são muito utilizados em testes toxicológicos pela rápida resposta a baixas concentrações de contaminantes, sofrendo alterações histológicas em órgãos chave, como brânquias, fígado e rins. Alguns parâmetros, como a expressão de proteínas e quantificação de determinados tipos celulares são utilizados como biomarcadores, que indicam o nível dos danos sofridos pela exposição aos agrotóxicos. Em contrapartida, o desenvolvimento de novas tecnologias para tratamento de águas contaminadas aparece como solução para a despoluição dos ecossistemas. Assim, o objetivo do presente trabalho é analisar os efeitos de uma formulação a base abamectina, agrotóxico usado em diversas culturas, em peixe zebra (Danio rerio) e testar a eficácia da ferrita de cobre no tratamento dos resíduos provenientes da experimentação. Para o desenvolvimento do trabalho, foram obtidos peixes adultos em piscicultura credenciada, aclimatados por uma semana com alimentação duas vezes ao dia. Para o cálculo do CL50 (96 hs) utilizou-se o método de Probit. Doses inferiores ao LC50 calculado serão utilizadas para o experimento onde a concentração de abamectina nos aquários será obtida via cromatografia líquida de alta eficiência (CLAE). Após 15 dias de exposição em regime semi-estático os peixes foram eutanasiados para dissecação dos órgãos a serem estudados. Os órgãos serão fixados, incluídos em parafina e seccionados. Cortes foram corados por hematoxilina e eosina, submetidos à técnica de PAS e conduzidos para imunohistoquimica, para a identificação de Glicoproteína-1 e HSP70. Amostras de órgãos serão lisados para extração das proteínas que serão quantificadas por Bradford para posterior identificação das proteínas de interesse na técnica de Western blot. A ferrita de cobre será sintetizada e caracterizada via espectrofotômetro. Colunas cromatográficas com vidro sinterizadas com variações nas massas de ferrita de cobre serão completadas com amostras dos aquários contendo abamectina. As soluções que passarem pelas colunas depois da adsorção serão lidas em comprimento de onda selecionado para a abamectina. Os resultados obtidos até o momento apontam para forte ação tóxica da abamectina, causando alterações comportamentais e hepáticas, bem como na expressão de Pgp-1 e HSP70.