Esta dissertação tem como objetivo analisar o livro O Ladrão de Raios, escrito por Rick Riordan, bem como sua adaptação para a graphic novel, feita por Robert Venditti (2011) e ilustrada por Attila Futaki (2011). Riordan (2010) combina mitos gregos com uma narrativa fantástica, centrada em Nova York, a partir da criação do personagem Percy Jackson, um jovem semideus. A combinação de mitos antigos com o mundo contemporâneo é uma estratégia utilizada pelo autor para atrair o público infanto-juvenil. A adaptação para graphic novel também reflete essa tática. Assim, utilizamos o método comparativo para compreender como os mitos gregos foram reinterpretados e ajustados a fim de se encaixarem nas especificações de cada mídia. Embora as duas obras tenham a mesma trama central, elas foram criadas para gerar interesse em públicos diferentes. Ao compreendermos os elementos fantásticos das narrativas, por meio dos trabalhos teóricos de Todorov (2010) e de Roas (2014), podemos compará-las e analisar as mudanças que ocorreram durante a adaptação. Como tratamos de um trabalho adaptado, embasamos nossa análise na obra de Hutcheon (2012) e de Leitch (2017), a fim de compreender como ocorre essa transposição de enredos para diferentes mídias. Para além, ao considerarmos como cada mídia faz uso da mitologia dentro de seu enredo, aplicamos os estudos de Graves (2021) e de Brandão (2015) sobre a mitologia grega. Procuramos entender como as escolhas feitas pelos autores de cada versão afetaram o enredo final e a experiência do leitor. Buscamos não apenas fazer uma abordagem analítica das duas obras, como também lançar luz sobre o processo criativo por trás da adaptação de obras para diferentes mídias.