Narrativas de jovens gays sobre suas trajetórias escolares: Educação machista, homofobia e processos de subjetivação
Psicologia Educacional e Escolar; Homofobia e Educação; Jovens Gays; Fracasso Escolar; Processos de Subjetivação.
Esta dissertação investiga como a homofobia presente nos espaços formais de ensino incide sobre os processos de escolarização e subjetivação de jovens gays, contribuindo assim para a produção do fracasso escolar. A partir de histórias de vida e do método cartográfico, que envolveram quatro participantes, percorrem-se narrativas atravessadas por violências simbólicas e institucionais vividas por quatro jovens gays, mas também por suas estratégias de resistência, reinvenção e sobrevivência psíquica. Em meio aos jogos de tempo e memória, inspirados pelas temporalidades de Chronos, Aion e Kairós, a análise propõe deslocar a noção de fracasso escolar para o conceito de devir-fracasso, compreendido não como ausência ou desvio, mas como linha de fuga e invenção de si. O trabalho propõe também uma escuta atenta aos afetos, às tessituras que escapam às normatividades e aos modos outros de existir, indicando que, apesar das marcas de exclusão, muitos jovens gays constroem percursos de pertencimento, politização da identidade e reapropriação da escola como território possível.